Glória do desporto nacional!

Oh, Internacional

Que eu vivo a exaltar

Levas a plagas distantes

Feitos relevantes

Vives a brilhar

Correm os anos, surge o amanhã

Radioso de luz, varonil

Segue a tua senda de vitórias

Colorado das glórias

Orgulho do Brasil

quarta-feira, 30 de março de 2016

Futebol é Social e Cultural

O Sport Club Internacional, sempre foi um clube completo. O cuidado com o social, em todos os seus aspectos, acompanha a história desta Instituição. Um clube de futebol que zela pela infância, que semeia o futuro com a responsabilidade de cuidar do presente, nossas crianças. Este feito, remonta ao ano de 1946, ano de fundação do Departamento Juvenil do Internacional, com a dedicação máxima do Colorado Vicente Rao. Com certeza este ilustre colorado tem motivos para continuar se orgulhando do seu Club. Hoje, a Biblioteca Zeferino Brazil, divisão da Fundação de Educação e Cultura do Sport Club Internacional, desenvolve a Oficina Letrinhas Coloradas, espaço de ações culturais e sócio-educativas, onde  as crianças coloradas continuam a acessar conhecimentos e receber estímulos para um futuro melhor.
           Passado e Presente alicerçados por ações eternizadas nas Crianças Coloradas.
   Coloradinhos do Departamento Juvenil – década 1950
  
Crianças do “Letrinhas Coloradas” –  2016
Fonte: Acervo do Arquivo Histórico e Biblioteca Zeferino Brazil/ Texto de Ana Maria Froner Bicca-Bibliotecária

sábado, 26 de março de 2016

Despedida do Estádio dos Eucaliptos

26 de março de 1969, marca a data do último jogo no Estádio dos Eucaliptos.
Inter vence o Rio Grande, por 4 a 1. 

Em 2015, Inter, Melnick e Prefeitura de Porto Alegre inauguram no local onde antes ficava o estádio a praça Memorial Eucaliptos.

Dica de Leitura: Archymedes Fortini - cidadão de Porto Alegre

Para homenagear os 244 anos de Porto Alegre, escolhemos uma dica de leitura de um personagem que foi marcante na vida cidade que reúne uma fascinante história com figuras ilustres como Archymedes Fortini, conhecido tanto como benfeitor como jornalista. Nascido em Argel, capital da Argelia, em 28 de julho de 1887, vindo para o Brasil com apenas dois anos. Chegou em Porto Alegre em 1899. Testemunhou de quase tudo, viu inclusive o nascimento do Sport Club Internacional. Figura importante na vida social da cidade. Laureado pela Câmara Municipal por unanimidade como 'Cidadão de Porto Alegre'. Foi o primeiro jornalista a escrever sobre futebol gaúcho, em 1912 fundou junto com Gustavo Bier a 'Revista Esportiva'.
Morreu em 1973 aos 85 anos deixando como legado livros sobre diversos temas,  como O Passado Através da Fotografia(1959), obra que está disponível na Biblioteca Zeferino Brazil.

Capa do livro 
Crônica

























Imagens: Livro, O PASSADO ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA. Archimedes Fortini. 1959. Obra disponível no acervo da Biblioteca Zeferino Brazil
Fonte: O decano Archymedes Fortini: um grande benfeitor. Ernani de Carvalho Haeffner

sexta-feira, 18 de março de 2016

60 anos da conquista do Pan-Americano do México pelo Brasil

A seleção brasileira jogou sua primeira partida em 1914, mas só ganhou o seu primeiro título no exterior em 1952, no Pan-Americano do Chile. Na sua segunda conquista do grupo de 1956 do Pan-Americano do México, 08 dos 22 jogadores eram do Inter: Florindo, Odorico, Oréco, Jerônimo, Luizinho, Bodinho, Larry e Chinesinho.
Foi uma campanha invicta de quatro vitórias e um empate em cinco jogos, com apenas 5 gols contra e 14 a favor, um de Ênio Andrade do Renner, um de Raul Klein do Floriano de Novo Hamburgo, e os outros 12 de craques do Internacio­nal - Larry e Chinesinho quatro de cada, Bodinho três e Luizinho um.
E você poderá ficar mais por dentro deste campeonato, lendo o excelente trabalho realizado pelo Eduardo Valls, na obra "1956 Uma epopeia gaúcha no México". Obra que se encontra a disposição no acervo da Biblioteca Zeferino Brazil.

" Para os que estiveram lá, parece que foi ontem. Para muitos - principalmente para as novas gerações - o ano de 1956 deve ser tão longínquo quanto a época do futebol chinês.
Independente do tempo, a conquista invicta do Pan- Americano do México ressurge agora em detalhes. São histórias de um humanismo contundente, de um humor ingênuo e surpreendente, de lances magistrais de nossos atletas e também, e por que não, da tradicional malandragem brasileira.
O Rio Grande do Sul aceitou o desafio de representar o Brasil e foi ao combate.
No campo adversário: argentinos, peruanos, chilenos, costarriquenhos e mexicanos.
Na volta para casa o caneco veio junto."




Ênio Andrade, Figueiró e Raul Klein na companhia dos mariachis

Em pé: Valdir, Oréco, Florindo, Ênnio Rodrigues e Duarte. 
Agachados: Luizinho, Bodinho, Larry, Ênio Andrade, Chinesinho e o massagista Bisacardi

O capitão Ênnio Rodrigues faz a entrega simbólica do troféu Jarrito México ao presidente Juscelino Kubischeck, no Palácio do Catete. 


Curiosidade retirada do livro:
"A partida assumia requintes de dramaticidade. O capitão Énnio Rodrigues lesionou-se e precisou ser atendido pelo médico Derly Monteiro e o massagista Moura atrás da goleira de Sérgio. Quando Félix Castilho, sempre ele, driblou dois adversários e entrou área adentro para marcar o gol de empate, Moura atirou a maleta do doutor Derly na bola, fazendo com Que o habilidoso ponteiro peruano se perdesse na jogada. O sururu foi geral. Os peruanos queriam a prisão perpétua do massagista brasileiro. Houve troca de empurrões entre vários jogadores, e a pequena área ficou cheia de mercúrio, éter, iodo, algodão e vela. O árbitro não sabia o Que marcar, já que o livro de regras era omisso nesse artigo. Decidiu, diplomaticamente, pela cobrança do escanteio."




Fonte do texto e das imagens: Livro, 1956 Uma epopeia gaúcha no México. Eduardo Valls. Editora WS RS, 2005. Obra disponível no acervo da Biblioteca Zeferino Brazil.

terça-feira, 15 de março de 2016

Inauguração do Estádio dos Eucaliptos


No ano de 1928, um susto. O Asilo Providência, dono do terreno de Chácara dos Eucaliptos, queria o espaço de volta para fazer um loteamento ou exigia 40 contos de réis para vendê-lo. A preferência de compra era do Internacional, mas com apenas 19 anos de vida, o clube ainda era pobre, não possuía nem próximo daquela elevada quantia. 

A agremiação ficaria sem lugar para atuar. Numa reunião no Conselho Deliberativo, até proposta de fechamento do clube foi levantada, tal era o entrave. Se não fosse o número já significativo de torcedores e a emoção da conquista do primeiro Estadual, vencido no ano anterior, talvez seus dirigentes tivessem cerrado as portas.
Foi então que surgiu a figura de Ildo Meneghetti com a solução para o impasse: a construção de um estádio próprio. Sem dinheiro nenhum no cofre, muitos duvidavam, mas ele tinha uma carta na manga.
Engenheiro de formação propôs aos donos do terreno que dessem um prazo de dois anos para o Inter sair do local. Em troca, construiria para eles a infra-estrutura do loteamento através da firma em que trabalhava, a Dahne, Conceição & Cia.
Paralelo a isso, já eleito presidente do clube em 1929, lançou a campanha da construção do novo estádio num distante terreno da rua Silveiro. Com um financiamento do Banco Província, adquiriu a área, fez a terraplanagem e começou as obras. O banco emitiu 500 títulos, cuja soma era o valor do financiamento. Nesses dois anos, Meneghetti conseguiu vender 350 títulos. Os 150 restantes dizem que ele guardou em seu cofre particular com medo de que depois alguém viesse reivindicar ser dono de parte do estádio.


Compra terreno Eucaliptos 

Títulos iniciais
Em 15 de março de 1931 foi inaugurado o Estádio dos Eucaliptos com capacidade para 7 mil pessoas. Na partida de estreia, Internacional contra o Grêmio. Vitória de 3 x 0.

Ficha de jogo - Coletânea Helio Dias

A estrutura não era das melhores, mas o Inter poderia entregar a Chácara já com local para sediar seus jogos. Eram dois pavilhões de madeira, um para associados e outro para os chamados pagantes de pavilhão. Também havia o lado das Gerais, com uma arquibancada de poucos degraus, de tijolo e cimento, aproveitando o declive do terreno.

Em 1950 foram realizadas novas melhorias para sediar a Copa do Mundo, dando ao local a sua forma definitiva. A capacidade foi ampliada para 20.000 espectadores.

Imagem aérea do Estadio dos Eucaliptos 
Fontes: 
Fichas de jogos: Coletânea Helio Dias - Livro 1909 à 1942 - Museu do Sport Club Internacional - Ruy Tedesco
Revista GOOL, Edição 141




sábado, 12 de março de 2016

Último jogo oficial dos Eucaliptos

No dia 12 de Março de 1969, em rodada válida pelo campeonato estadual, aconteceu a partida de despedida dos jogos oficias no Estádio dos Eucaliptos.

Em disputa válida pelo Campeonato Gaúcho, o Internacional, defendeu a liderança isolada da chave A. O time treinado por Daltro Menezes, derrotou o Juventude por 2 a 0, com gols de Claudiomiro e Valdomiro nos minutos finais. 



Súmula do jogo do dia 12 de março 1969

Despedida do Estádio dos Eucaliptos

Fonte da 
Súmula de jogo: Museu do Sport Club Internacional - Ruy Tedesco

quarta-feira, 9 de março de 2016

ABELARD JACQUES NORONHA: O MACUMBEIRO DO PROFISSIONALISMO

O historiador colorado Stephanos Demetriou nos enviou este texto que estamos publicando na íntegra.

Abelard Jacques Noronha assumiu a presidência do Sport Club Internacional em outubro de 1942 e esteve à frente da instituição até dezembro de 1944. Dirigente de seis títulos em seis títulos possíveis: tricampeão municipal e tricampeão estadual costumava observar os números oficiais do time sob o seu comando: “ - joguei 105 partidas oficiais e perdi apenas sete, fizemos 415 gols e tomamos 174.”
Arquivo Histórico Sport Club Internacional
Era um homem determinado e comandava o clube para alcançar grandes conquistas. Foi responsável por importantes melhoramentos no Estádio dos Eucaliptos e, em 1943, construiu o pavilhão social que propiciou maior abrigo e conforto aos torcedores.

Também é de vasto conhecimento os esforços implementados por Abelard na manutenção do assediado plantel do Rolo Compressor, quando costumava recusar propostas de vulto vindas de São Paulo e Rio de Janeiro afirmando categoricamente: “ - não negocio os jogadores do meu clube!”
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 A postura do presidente do Sport Club Internacional e os expressivos resultados do Rolo Compressor foram homenageados por Ary Barroso em crônica intitulada “O Macumbeiro do Profissionalismo Indígena”, transcrita integralmente:

Rio, 23.

Nos áureos tempos do amadorismo puro, o jogador escolhia livremente o clube dos seus afetos e envergava a sua camiseta com orgulho e entusiasmo. Os vôos eram raros e, quase sempre, provocavam escândalo. Quando um atleta qualquer trocava de clube, era cognominado sarcasticamente de borboleta. Os borboletas podem ser os precursores da “insensibilidade clubística” que contaminou o nosso profissionalismo. O regime da remuneração organizava (ou desorganizada?) veio acabar definitivamente com o lado emocional do futebol.

Hoje em dia o jogador não tem mais preferência. Vai para o Grêmio que melhor lhe pagar. Não joga por causa do clube, senão pelo contrato a prazo fixo. Tanto se lhe faz vestir uma camisa branca ou preta, azul ou vermelha, aqui ou em São Paulo, no Norte ou no Sul. Todo fim de ano é este corre-corre tremendo em busca de craques, com operações mais ou menos escusas e expedientes geralmente inferiores.

No panorama do profissionalismo brasileiro, porém, há um grupo de jogadores sui generis. As abarrotadas arcas de dinheiro dos clubes milionários do Rio e de São Paulo absolutamente não seduzem o jogador deste grupo. São profissionais com mentalidade amadorista. Sentem-se bem onde estão e ouvem com singular desinteresse as ternas e embaladoras canções das sereias astutas que pretendem abraçar. Refiro-me ao notável grupo de profissionais do Internacional de Porto Alegre.

O estribilho destas canções de amor é o mesmo com pequeninas adaptações:

- Que é que vocês pretendem da vida, perdidos lá pelas lonjuras dos pampas? A felicidade está por aqui. Há dinheiro, fama, popularidade, cartaz, enfim... Vamos pensar no dia de amanhã.

E eles continuam firmes no Internacional... Sai jogador do Pará, de Pernambuco, da Bahia, de Minas Gerais, do Paraná. Do Internacional não sai. Os emissários vão ao sul e voltam desnorteados com o livro de cheques intacto. Que será isso? Não é por falta das sereias cantarem para eles o chorinho buliçoso e metálico das cifras. Há qualquer segredo no apego destes profissionais do Internacional ao próprio clube.

Alguém dirá:

- São muito burros.

Responderei:

- De burro não têm nada. São divinamente sagazes e inteligentes. Querem saber o que um deles me disse?

- Não me interessam as propostas formidáveis que constantemente nos fazem representantes de clubes cariocas e paulistas. Não deixo o Internacional. Vivo bem por lá, rodeado de amigos sinceros, protegido por meus diretores e amparado pela minha torcida. Por que hei de abandonar o agradável ambiente em que vivo, pela ambição de mais alguns cruzeiros? Nem tudo neste mundo se pode comprar com dinheiro. Não, estou satisfeito no Internacional e já que comecei neste clube, nele hei de terminar minha carreira. Se o futebol brasileiro precisar de meus modestos recursos, estarei a sua disposição com prazer e honra. Agora, clube, só o meu.

Quando o craque terminou eu ainda continuei olhando para ele, meio tonto, meio abobalhado, sem capacidade para articular uma palavra. Percebendo minha atitude, sublinhou as suas expressões com este período definitivo:

- É isso mesmo, “seu” Ary.

Uma espécie de tiro de misericórdia.

Sacudi a cabeça como quem espanta o sono e rapidamente dei um pulaço na cadeira e fui cair no gabinete de trabalho do senhor Abelard Noronha, na capital gaúcha, para perguntar-lhe com a sofreguidão dos curiosos impenitentes:

- Presidente, o senhor que é macumbeiro do profissionalismo indígena, o senhor que faz despachos terríveis e os coloca na porta da casa de seus jogadores a ponto de inocular-lhes a mística internacionalista, o senhor que não tem medo de tenores e muito menos de sereias, o senhor feiticeiro dos pampas, quer me revelar a sua reza milagrosa? Olhe, que sabe não é isso que está faltando ao futebol brasileiro e nós seremos capazes de fazer uma revolução no profissionalismo fazendo de todos os jogadores gente da marca dos seus jogadores. Ah, pai de santo invencível, me dá um pouco de seu marafo.

Porque, meus senhores, a obra do presidente do Internacional tem sido tão útil, tão grande e tem produzido tão admiráveis frutos que ele pode ser apontado como único em sua terra, pondo amor no coração dos seus contratados e retendo no seu clube astros de invulgar brilho, como este gigantesco Ávila, este satânico Adãozinho, este incansável Abigail e esta maravilha que é Tesourinha. Eta macumbeiro brabo e perigoso.

Abelard era natural de Vacaria, onde nasceu em 22 de outubro de 1911. Além de se destacar na direção do Internacional, foi piloto de automóveis, tendo participado de diversas corridas entre 1934 e 1943. Faleceu em fevereiro de 1997.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LIVROS
 ANDREATTA, Luiz Fernando; RENNER, Paulo Roberto. Automobilismo no tempo das carreteras: em especial no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Edição dos Autores, 1992.
BRAGA, Kenny. Rolo Compressor: memória de um time fabuloso. Porto Alegre: Já Editores, 2008.
COIMBRA, David; NORONHA, Nico. A história dos Grenais. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1994.
OSTERMANN, Ruy Carlos. Meu coração é vermelho. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1999.
 JORNAIS
 Correio do Povo, 04 de agosto de 1936.
Jornal do Brasil, 24 de novembro de 1944.
REFERÊNCIA DAS IMAGENS
01 – Abelard Jacques Noronha, em cerimônia inicial de um jogo. Fonte: BRAGA, Kenny. Rolo Compressor: memória de um time fabuloso. Porto Alegre: Já Editores, 2008.
02 – O carro nº 32 pilotado por Noronha se envolveu em uma derrapagem sem grandes conseqüências, mas que custou a sequência na disputa da série. Fonte: Correio do Povo, 04 de agosto de 1936.
03 – Abelard Jacques Noronha e companheiro de competições automobilísticas. Fonte: ANDREATTA, Luiz Fernando; RENNER, Paulo Roberto. Automobilismo no tempo das carreteras: em especial no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Edição dos Autores, 1992. p. 119.  





terça-feira, 8 de março de 2016

Dia Internacional da Mulher!

Jaciara Campos da Silva, representante do atletismo colorado na década de 1950. 
Conheça um pouco mais sobre a atleta que foi matéria de destaque 
na 'Revista Colorada' de 1958.




 Fonte das imagens: Revista Colorada/Edição nº2 Jan/Fev/Mar-1958 - Biblioteca Zeferino Brazil/FECI
Colaboração: Ana Maria Froner Bicca - Bibliotecária CRB10-1310